Por isso, quanto mais rico esse documento, maiores serão as chances de ele ser aprovado. Um documento rico não significa uma gama de informações desnecessárias que não interessam à empresa contratante.
Se muitos candidatos pecam por omissão, outros pecam por exagero na quantidade do que escrevem.
Este post mostrará por que um currículo deve ser sucinto e técnico!
Antes de redigir, é importante refletir
O currículo não é uma obra literária, mas precisa de estilo. Quanto mais sucinto e técnico ele for, melhores serão os resultados. Essas duas características são fundamentais para o profissional que analisará o conteúdo, seja ele o próprio empregador ou alguém encarregado dessa tarefa.
O mercado mudou bastante e está exigindo mais do profissional. A forma como se redige o currículo é tão importante quanto o seu conteúdo.
Infelizmente, algumas pessoas ainda adotam modelos ultrapassados que valorizam os adjetivos em excesso e até mencionam alguma “falha” do profissional.
Os adjetivos devem ser suprimidos
Não convém colocar adjetivos no documento. A não ser que seja uma condição imposta pelo contratante.
Na verdade, cabe ao analista dos currículos, um profissional que integra o quadro de Departamento Pessoal e/ou de Recursos Humanos, ou o próprio gestor da empresa em alguns casos, acrescentar os adjetivos que julgar adequados, ou seja, cabe a ele decidir se tal ou qual informações é “boa” ou “ruim”, se é mais ou menos valiosa para o cargo em questão.
A atitude evidente na redação do currículo deve ser a humildade do profissional em relação ao empregador, reconhecendo sua condição de candidato e não de funcionário ou tomador de decisões.
Os cuidados para não entregar “falhas”
O profissional deve ser bastante transparente naquilo que escreve. Ele não deve inventar informações, nem omitir dados importantes. Se trabalhou 3 anos em determinado local, não deve mentir, registrando que trabalhou 4 ou 2.
O documento deve conter os pontos positivos do trabalho. Claro que todos cometem falhas, mas o candidato não precisa descrevê-las. Durante a entrevista, quando for perguntado sobre determinado assunto, aí o profissional deve ser o mais sincero possível e assumir suas limitações e falhas, explicando o que pode fazer para compensá-las.
É importante lembrar que a maioria dos processos de recrutamento e seleção envolvem não apenas a análise dos currículos, mas a realização de entrevistas e até outros procedimentos.
O candidato deve atuar de forma estratégica, aproveitando cada etapa do processo de seleção para passar informações pertinentes e importantes.
Por exemplo, no currículo, o profissional pode ter passado por muitos empregos em um curto período de tempo (alta rotatividade). Isso certamente chamará a atenção do analista e, em uma entrevista, é bem provável que indague o porquê dessa alta rotatividade. Nesse momento, o funcionário deverá ser sincero e explicar as razões para os seus constantes desligamentos: demissões por justa causa? Desligamentos voluntários? Por quê? Falta de disciplina do profissional? Interesse em receber indenizações altas? As empresas é que não sabiam valorizar o funcionário?
De antemão, podemos advertir que o profissional “nômade”, que não gosta de fixar lugar, nem sempre é bem recepcionado nas empresas que buscam bons funcionários, pois elas procuram colaboradores engajados, que tenham interesse em trabalhar e permanecer o maior tempo possível na empresa. Desligamentos geram transtornos, como gastos financeiros e menos produtividade e isso não é interessante para nenhuma empresa.
As informações realmente essenciais
Para ser sucinto e técnico, o documento precisa apresentar informações básicas e, ao mesmo tempo, fundamentais.
As informações devem mostrar como o trabalho do profissional ajudou as empresas em que ele trabalhou a crescer. Os pontos fortes do profissional precisam de realce. Por isso, convém, se for o caso, registrar cursos, especializações, mestrados, doutorados. Para a maioria dos cargos e funções, essas certificações representam um diferencial enorme, que podem até compensar uma quantidade menor de experiências práticas.
Por outro lado, atividades mais técnicas e braçais priorizam a experiência, a prática que o profissional tem e as referências que recebe de antigos contratantes.
A aparência
O design do currículo deve ser atrativo, ou seja, sua aparência precisa despertar a atenção do analista.
Mas, ao mesmo tempo, o visual deve ser sucinto e de fácil assimilação. Nada de designs complexos, que dificultam a leitura e atrasam o trabalho da pessoa que irá analisar o documento.
Em alguns casos, são centenas de currículos a serem avaliados. Mesmo que haja uma equipe encarregada dessa avaliação, a objetividade do visual facilitará muito esse trabalho.
Não se iluda, achando que um design muito sofisticado irá compensar a pobreza das informações. Uma equipe bem treinada prioriza critérios que sejam vantajosos para a organização.
As informações
A sequência das informações devem, preferencialmente, aparecer em duas páginas. Na primeira página, os dados a registrar são:
- o nome completo do candidato na primeira linha do currículo;
- a cidade/estado que reside (não colocar mais endereço completo por questões de privacidade, mas quem mora em São Paulo capital ou outros grandes centros, colocar sua região e bairro;
- os telefones celular e residencial;
- o endereço eletrônico (e-mail);
- os dados mais pessoais, como estado civil (solteiro, casado), e idade;
- o objetivo profissional, registra o cargo ou a função de seu campo de atuação profissional;
- a formação acadêmica (o curso, a instituição de ensino superior, o ano de formação e, quanto mais recente for a graduação, mais detalhada precisa ser a descrição);
- os idiomas nos quais o candidato tem desenvoltura para sustentar perguntas e respostas nos idiomas apresenta, e qual o seu nível (intermediário, avançado ou fluente).
Na outra página, é recomendável registrar toda a experiência profissional, incluindo:
- os nomes das organizações em que trabalhou nos últimos dez anos;
- os períodos em que trabalhou em cada uma, especificando as datas de entrada e de saída (o melhor é priorizar a ordem decrescente, isto é, das empresas mais recentes para as mais antigas);
- os nomes dos cargos ocupados (em uma mesma empresa, o candidato pode ter ocupado cargos diferentes);
- os tipos de atividades desenvolvidas nessas empresas;
- os resultados obtidos;
- a localidade;
- os cursos (cursos de formação mais recentes que sirvam para complementar a formação do candidato).
Vale lembrar que essas informações devem ser dadas com objetividade. O profissional candidato não deve fazer uma análise — a avaliação cabe ao analista.
Não existe um modelo inflexível de currículo, pois tudo depende do objetivo do profissional e da empresa que está disponibilizando vagas. Porém, sem dúvida, não importa qual seja o modelo, ele deve ser conciso, sucinto e técnico. Assim, ele será funcional e atenderá à sua finalidade, que é fazer com que o responsável pelo recrutamento e seleção sinta-se interessado pelo candidato e o convide para uma entrevista.
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